"O que se vê corresponde a um dos momentos de maior satisfação e realização da minha vida.
Em Março de 1993 o
então Primeiro Ministro, Prof Cavaco Silva, convidou-me formalmente – tinha havido
uma abordagem prévia – a presidir à Hidroeléctrica de Cahora Bassa, de que eu
já tinha sido administrador em 1979/81. Um período complicado com questões delicadas.
A certa altura disse-me que se “esperava ver a Empresa a funcionar de novo”.
Chamei-lhe a atenção para o facto de estar a falar com um militar que, por “defeito
profissional”, encarava essa afirmação como uma directiva de exercício de
funções. Reiterou a afirmação.
Com essa
orientação, tomei posse, com a equipa que escolhi, em 9 de Junho seguinte.
Sucederam-se o
levantamento da situação, a elaboração de um plano de actividades, um
pormenorizado caderno de encargos, a obtenção de financiamentos em cinco sítios
diferentes (dois em Portugal), um contrato para o levantamento da minagem da
linha, três aquisições de equipamentos, um contrato de fiscalização da obra, um
contrato para a reabilitação dos geradores e um concurso internacional para a
reabilitação da linha. Foi adjudicada a um consórcio italiano.
A guerra civil em
Moçambique incluiu, colateralmente, o derrube de 2017 torres de transporte, a
minagem de localização indefinida de 900+900 Km da mesma linha (por isso a
necessidade do levantamento) e a inutilização de cabo de transporte de energia
que havia sido concebido em Portugal expressamente para este empreendimento,
tal como os isoladores, que vieram de França.
Este “print” mostra, depois de variados e intensos testes o pleno funcionamento, ao fim de catorze anos de imobilidade, dos cinco geradores com potência nominal de 415 MW, que foi atingida e até superada nalguns casos, e oseu transporte efectivo para a subestação de Apollo, na África do Sul.
A incumbência
recebida foi assim dada como realizada nesse dia e àquelas horas, havendo
embora outras diligências planeadas em curso e a desenvolver no processo de
gestão.
Saí de funções em
Maio do ano seguinte, no fim do cumprimento de dois mandatos."
Manuel da Costa Braz
Manuel da Costa Braz